A MORTE DOS OUTROS DE HEIDEGGER E A MORTE NA HISTORIOGRAFIA: APROXIMAÇÕES E DISTÂNCIAS
Resumo
Em A memória, a história, o esquecimento (2000) Ricoeur problematiza, no primeiro capítulo da terceira parte, o ser-para-a-morte heideggeriano e as possibilidades de diálogo entre a filosofia e a história. Ricoeur expõe o tratamento da morte na historiografia, entendendo-o como o equivalente escriturário do rito social do sepultamento. O ato de sepultar seria transformado em discurso na historiografia. A partir desse discurso, os mortos permanecem junto aos vivos, enquanto ausentes que se fazem presentes na escrita. A historiografia trataria os mortos como entes não simplesmente dados que não mais estão presentes. O presente trabalho visa expor a abordagem de Ricoeur sobre o sepultamento dos mortos na historiografia, levando em conta as observações de Heidegger sobre a morte dos outros em Ser e Tempo (1927).
Palavras-chaves: morte, historiografia, ser-com.
Referências
HEIDEGGER, Martin. Os Conceitos Fundamentais da Metafísica: mundo, finitude, solidão. Trad. Marco Antonio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.
__________________. Ser e Tempo. Trad.: Fausto Castilho. Campinas, SP: Editora da UNICAMP; Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2012.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Trad.: Alain François [et al]. Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2007.