O hábito e a mecânica do humor em Hume

Autores

  • Gabrielle Melody Harada

Resumo

O humor exige de seu receptor um conhecimento anterior empírico, pois para rir de um fato é necessário re/conhecer (rever, tornar a conhecer) o fato como parte de um valor humano, comum a tal ponto que deixa de ser ameaçador e passa a ser banal, e pode-se, portanto, rir do ocorrido. Esse conhecimento que revisitamos é aquele que surge da observação de um padrão de causalidade que se repete e é incorporado em nossas atitudes, gerando em nós uma expectativa que nos impulsiona a continuar agindo da mesma maneira, esperando obter o mesmo resultado; isto é, produzido pelo hábito. E é ele que gera a expectativa de que os discursos humorísticos tenham o desdobramento que esperamos, para que se possa confirmar o padrão das ideias ligadas que já conhecemos. Mas, no humor os padrões não são reiterados e as expectativas são frustradas de maneira inesperada no exato momento em que a história nos conduz a outra resolução, nos tirando da linearidade do nosso pensamento. E para que essa surpresa termine em riso, além de romper com os raciocínios habituais, ela precisa nos apresentar uma nova resolução que compense a frustração e nos cause prazer. A presença desta nova resolução dá o caráter vivaz do humor, e quando proporciona prazer, causa o riso.

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Publicado

2015-03-30