O conhecimento intelectual humano segundo Tomás de Aquino

Autores

  • Richard Lazarini Universidade Federal de São Carlos

Resumo

A presente comunicação visa apresentar a importância das “fantasias” ou “fantasmas” (phantasmata) na teoria do conhecimento humano, de acordo com Tomás de Aquino. Segundo o vocabulário proposto por Tomás, o objeto próprio do conhecimento intelectual humano é a natureza existente na matéria, considerada por Tomás, de acordo com o vocabulário próprio da Filosofia Grega, o “princípio de individuação” da natureza (ou, mais precisamente, “essência”) universal. Tal natureza, singularizada enquanto existente na matéria, ao ser recebida pelos sentidos, toma a qualificação de espécie sensível, e, depois, recebida pela faculdade imaginativa (phantasia), essa mesma espécie sensível passa a ser considerada como uma “fantasia” (isto é, uma “representação” sensível do objeto particular). É apenas depois do processo intelectual da abstração, realizada pelo intelecto agente, que essa fantasia se tornará uma espécie inteligível, ou seja, o objeto próprio do intelecto humano, que é apreendido inicialmente como um universal. Para que o intelecto possa apreender também o próprio singular que é o ponto de partida do conhecimento, Tomás vê a necessidade de propor, em seguida, uma espécie de “volta” da espécie sensível às fantasias (ou “fantasmas”, a “conversio ad phantasmata”), para que assim se complete o processo que Tomás julga necessário para o conhecimento intelectual das coisas sensíveis. Nesta análise estudaremos a primeira parte desse processo de apreensão, que parte da apreensão sensível de algo até a produção das “fantasias” pela faculdade imaginativa.

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Publicado

2015-03-30