A instrumentalidade da violência no pensamento de Hannah Arendt

Autores

  • Mário Sérgio Vaz Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná - UNICENTRO

Resumo

Com o presente texto busco iluminar o background por meio do qual surgem as distinções terminológicas desenvolvidas por Hannah Arendt em sua obra Sobre a violência (1968). Em minha argumentação enfatizo que as reflexões teóricas levadas a cabo pela pensadora alemã na referida obra se distanciam da compreensão gloriosa da violência como legitimadora do poder. Discute-se o uso e os efeitos de dispositivos e mecanismos tecnológicos que promovem a violência e suprimem a liberdade dos indivíduos, intencionando mostrar que ocorre uma impossibilidade de equacionamento natural destes termos, enquanto o poder é por excelência duradouro e processual e traz consigo o timbre de todas as vozes que em concerto o legitima, o uso da violência na política indica a prevalência de uma só voz que silencia as demais, uma manifestação que consequentemente anula tanto o caráter autônomo do sujeito quanto a sua capacidade de agir livremente. Segue-se por parte de nossa pensadora uma caracterização da violência como corruptora da possibilidade política e do pensamento reflexivo e responsável. Diferentemente do agir político que pressupõe a autenticidade subjetiva, a violência quando posta em execução conduz à um fim que reflete unicamente os desejos particulares daqueles que detêm os meios de sua aplicação.

Biografia do Autor

Mário Sérgio Vaz, Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná - UNICENTRO

Graduando do 4º Ano de Filosofia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná - UNICENTRO. Bolsista do Programa PET/Filosofia.

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Publicado

2017-12-18

Edição

Seção

Artigos