Negatividade, cisão, reconciliação -indicações sobre a concepção do negativo em Hegel e a radicalidade da finitude em Sartre e Freud.
Resumo
O presente artigo procura elucidar aspectos da noção de negatividade em três autores. Inicia-se pela consideração à filosofia hegeliana, demonstrando que a atenção dada ao negativo por este último, ainda que central, não culmina numa radicalização da noção de negatividade, tendo, pois, seu escopo central na pregnância da mesma estrutura hegemônica da filosofia ocidental, a ideia de identidade e totalidade. Em seguida, investigaremos a radicalização da noção em Sartre, através da absolutização da experiência negativa sem possiblidade de síntese, ou reconciliação (como no pensamento hegeliano). Por fim, situaremos Freud como um autor que também radicaliza a noção do negativo. Através da breve exposição sobre a interpretação da religião, o psicanalista pode revelar uma concepção de homem marcado pela insuficiência, e o desamparo, isto é, uma concepção negativa.